Dois mendigos

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Em tempos houve um mendigo, Makdun. Makdun costumava vaguear de um lugar para outro, sempre a rezar e a meditar. Mesmo enquanto andava pela rua, ele rezava e meditava. Ele era muito pobre e dependia inteiramente da generosidade de pessoas boas e bondosas para as suas necessidades materiais.
Um dia estava a caminhar ao longo da rua quando viu milhares de pessoas reunidas diante de uma bela mesquita. “Porquê tanta gente?” perguntou ele. Então alguém lhe disse: “O Imperador vem hoje aqui para oferecer uma oração especial”. Quando o Imperador chegou, o mendigo entrou na mesquita e observou-o  a rezar a Alá com muita com devoção por mais riqueza, mais nome e mais fama.

Então o Imperador disse à multidão: “Agora venham e levem o que precisarem”.  Assim, ele começou a dar dinheiro, roupas e tudo, mostrando a magnanimidade e generosidade do seu coração. Todas as pessoas formaram uma fila e uma a uma subiram e levaram do imperador tudo precisavam e cada uma saía satisfeita com o que tinha recebido. Makdun observava e observava, e quando todos sairam ele decidiu a ir embora. O Imperador gritou: “O que estás a fazer? Porque é que te vais embora não querendo nada de mim? O que é que se passa contigo?”

Com as mãos cruzadas, Makdun disse: “Ó Imperador perdoai-me, mas como posso tirar alguma coisa a um mendigo? Há apenas uma hora atrás implorava a Deus que lhe desse mais nome, fama e bens terrenos. Eu não preciso de nada de um mendigo. Implorais à mesma Pessoa que eu, por nome e fama enquanto eu imploro por paz, amor, alegria e satisfação interior. As coisas pelas quais estais a rezar eu não preciso e talvez as coisas que eu estou a  pedir não precisais. Portanto, rezai a Alá Todo-Poderoso por aquilo que desejais e deixai-me rezar pelas coisas que eu preciso. Vós e eu somos apenas dois mendigos. Imploramos pelas nossas respectivas necessidades  Àquele que as tem”.